Sócios

No relatório que a comissão instaladora da Sociedade Martins Sarmento apresentou ao grupo de individualidades que reuniu na Assembleia Vimaranense na manhã do dia de 20 de novembro de 1881, apresenta-se o motivo daquele encontro. Francisco Martins Sarmento, um estudioso do passado remoto do povo português há muito respeitado em Guimarães, conquistava o apreço e o reconhecimento dos principais centros científicos e culturais da Europa, sobretudo após a condecoração atribuída pelo Governo da República Francesa. Impunha-se, portanto, no entender desta comissão, a necessidade de homenagear condignamente o distinto arqueólogo, mediante a criação de uma associação que promovesse o desenvolvimento da sua terra e das suas gentes:

Poderia erigir-se um monumento em granito ou mármore, abrindo-lhe na base inscrições comemorativas; mas não será um anacronismo que neste século de actividade intelectual prefiramos a inscrição à associação, o mármore a um pensamento em actividade constante, a inércia de uma coluna ao vívido movimento de uma instituição, que deve prosperar se nunca lhe falecer a vossa protecção e a dos nossos conterrâneos?

Esta associação, à qual destinavam a missão de promover a mudança e de fomentar o progresso, pôde contar desde a sua primeira hora com o apoio e a proteção de todos os que partilhavam de um ideal de modernidade. O êxito desta “fortaleza de ideias e de novas aspirações” dependia desse compromisso de vontades e de conhecimentos, e foi nesse comungar de visões e interesses que surgiu o Sócio da Sociedade Martins Sarmento. Admitido por proposta de um sócio e após deliberação da Direção, do Sócio esperavam-se todas as ações que pudessem concorrer para a prosperidade da Sociedade. Para além do Sócio Efetivo, existia também o Sócio Correspondente, residente fora da cidade e nomeado pela Direção, e o Sócio Honorário, estatuto conferido em Assembleia Geral a todos os indivíduos que se destacavam pelos serviços prestados, pelas iniciativas apresentadas, pelos seus donativos, ofertas e legados. Havia ainda uma categoria muito especial dedicada aos grandes doadores – Benemérito Protetor da Sociedade Martins Sarmento – que, através de ofertas sistemáticas ao Museu e Biblioteca, contribuíam de forma decisiva para o enriquecimento das coleções.

Esta comunidade de sócios, que se expandiu grandemente ao longo dos anos, foi fundamental para o crescimento e afirmação da Sociedade Martins Sarmento. Com o seu empenho e dinamismo, a Sociedade pôde assumir-se verdadeiramente como promotora da instrução popular no concelho de Guimarães e uma instituição dedicada à defesa, estudo e valorização do seu património cultural.

Tal como no passado, na atualidade, o Sócio da Sociedade Martins Sarmento detém um papel crucial no desenvolvimento e ação desta instituição centenária. O relacionamento gerado é o de uma parceria com benefícios mútuos: apoiar a Sociedade Martins Sarmento é não somente um ato cívico prestigiante, mas, e sobretudo, uma oportunidade única de enriquecimento cultural, de pertença a uma comunidade de saberes múltiplos e variados; o contributo do Sócio, o seu donativo, promove o enriquecimento, a acessibilidade e o usufruto gratuito das coleções, reforça os programas educativos, as investigações arqueológicas e os projetos de conservação e restauro, auxilia na preservação da Citânia de Briteiros, do Castro de Sabroso e outros monumentos pré-históricos.

Seja bem-vindo à Sociedade Martins Sarmento!