Edifício da Sociedade Martins Sarmento
Ao longo dos primeiros anos da sua existência, a Sociedade Martins Sarmento debateu-se com a falta de uma casa própria. As bibliotecas e o museu de Arqueologia e Numismática, bem como as atividades que desenvolvia – as aulas primárias, o instituto de instrução secundária, os cursos noturnos, as aulas de bordados – foram sendo alojados em vários espaços da cidade, inclusivamente no palacete de Francisco Martins Sarmento, no Largo do Carmo.
Em 1887, a Câmara de Guimarães decidiu entregar à SMS, a título provisório, o que ainda restava do edifício do extinto convento de S. Domingos. No ano seguinte, saiu o decreto que lhe concedia a posse definitiva do edificado e seus anexos, iniciando-se, a partir de 1890, um conjunto de intervenções que visava adequar o velho convento às necessidades e projetos da Sociedade.
O Projeto de Marques da Silva
Em 1896, em reunião da Direção, decidiu-se avançar com o projeto de construção de uma nova fachada para a casa da Sociedade. O projeto que ganharia a aprovação de todos era obra do arquiteto portuense José Marques da Silva que, “pela admiração e muita simpatia que lhe tem despertado a colectividade que usa o nome do grande arqueólogo” e “pelo interesse e boa vontade que teria em cooperar para o progresso e engrandecimento desta cidade, onde começou a exercer a sua profissão”, resolveu oferecê-lo à instituição, tendo por isso sido elevado à condição de sócio honorário.
A primeira fase do projeto iniciou-se em maio de 1901 e prolongou-se até 1908. A nova fachada da SMS, forte e monumental, e onde se cruzam influências do visigótico, do bizantino, do moçárabe e do românico, ficou concluída em fevereiro de 1905. O salão nobre foi inaugurado no dia 9 de março de 1907, embora os pormenores da decoração interior, executados pelo pintor Abel Cardoso, ainda estivessem a ser finalizados. Em 1934, a Direção solicitou a Marques da Silva uma nova construção que ligasse a fachada da casa ao edifício do antigo convento. A obra firmada pelo Mestre-Arquiteto concluir-se-á em 1967, mas já sob a direção de David Moreira da Silva e Maria José Marques da Silva.