O Castro de Sabroso é um sítio arqueológico localizado na freguesia de S. Lourenço de Sande, no concelho de Guimarães. Trata-se de um impressionante conjunto de ruínas de um povoado fortificado da segunda metade do I milénio a. C., com uma extensão de cerca de três hectares. O povoado foi implantado numa pequena elevação (com a cota máxima de 277 metros), sobranceira ao vale do rio Ave, na sua margem direita, e a pouca distância dos terrenos mais planos do vale.
O espaço interior do antigo povoado é delimitado por uma linha defensiva formada por duas muralhas distintas, construídas em pedra. Nos pontos de maiores dimensões, a primeira muralha atinge uma altura de 5,20 metros e uma espessura de 4,20 metros, fazendo desta construção uma das mais monumentais muralhas do período pré-romano que se conhecem no Norte de Portugal. No interior do recinto são visíveis 36 construções circulares, que ocupam o espaço de forma relativamente densa. Foram também identificadas três estruturas retangulares, duas das quais integram um conjunto que tem sido interpretado como uma cisterna. No topo da elevação distinguem-se vários conjuntos de gravuras rupestres.
Tal como a Citânia de Briteiros, que dista cerca de 2,7 km de Sabroso, o monumento tem um lugar de destaque na História da Arqueologia Portuguesa, porque constituiu um campo de experimentação para os primeiros trabalhos arqueológicos de vulto em Portugal. Francisco Martins Sarmento realizou campanhas arqueológicas em Sabroso em 1877, 1878 e 1883. Em 1958, o Castro de Sabroso foi objeto de uma campanha de prospeção e escavação realizada por uma equipa de arqueólogos britânicos, liderada por Christopher Hawkes, professor de Arqueologia Europeia na Universidade de Oxford, e que contou também com Ilid Anthony, à época diretora do Verulamium Museum. Os trabalhos foram acompanhados e apoiados pela Sociedade Martins Sarmento.
No relatório final, o Professor Christopher Hawkes escreveu: “Estas escavações, apesar de breves, permitiram estabelecer uma divisão da civilização da Idade do ferro desta região do Norte de Portugal em dois períodos distintos, cada qual caracterizado por seus muros de construção típica e por uma cerâmica também própria de cada um desses períodos. Cronologicamente podemos integrá-los respetivamente nos séculos IV – III e II – I a. C.”
O Castro de Sabroso foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910.